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A vida é uma caixa de surpresas– e não sabemos lidar com isso

  • Foto do escritor: Cecilia do Nascimento
    Cecilia do Nascimento
  • 11 de nov. de 2020
  • 3 min de leitura

Eu amo surpresas, apesar de ser observadora demais para ser surpreendida com frequência.


Mesmo nas vezes que fui surpreendida em ocasiões como festas e aniversários, mesmo que eu não soubesse exatamente o que estava por vir, sempre ficava com uma pulguinha atrás da orelha me dando uma expectativa grande de que alguma coisa aconteceria, então não era uma surpresa completa (Acho que isso acontece em parte porque sou muito controladora e adoro saber de tudo antes de todos, mas isso é assunto para um outro texto).


A palavra surpresa nos faz pensar em coisas boas, em receber algum presente, uma visita inesperada, um gesto de carinho. Agora mesmo, lendo esse texto, qual a primeira coisa que surge na sua mente ao ler a palavra “surpresa”? Essa coisa é boa ou ruim?


Geralmente é boa.


Mas nos surpreender não envolve somente coisas boas. Somos diariamente surpreendidos, por planos que tinham tudo para dar certo e acabam não dando, imprevistos surgindo no decorrer da nossa rotina, coisas que não sabíamos antes e descobrimos sem querer, visitas desagradáveis, experiências mais desagradáveis ainda. Só de ler esse trecho, você já conseguiu pensar em uma surpresa ruim que teve recentemente, não é?


Pois é. As surpresas – boas e ruins – fazem parte da nossa vida. Mas dificilmente sabemos lidar com isso.


Eu estava pensando outro dia sobre como esse ano me surpreendeu, tanto de maneiras ruins – o que não é novidade para ninguém – quanto de maneiras boas. Sei que o ano ainda não acabou totalmente, então é cedo para fazer resoluções ou resumir o ano em um texto como eu não resisto em fazer todo ano (hehehe) mas não consegui evitar de pensar sobre dois mil e vinte recentemente.


Tirei um dia para organizar minhas coisas no quarto, cadernos, anotações, livros, e encontrei algumas coisas em específico que me fizeram lembrar o quanto eu tinha planejado para esse ano. Dois mil e vinte era o ano que eu tinha tudo na ponta do lápis. Não que eu tenha feito mil e um planos, mas o ano começou de um jeito que me fez acreditar que eu teria controle sobre pelo menos algumas coisas.


No fim, nem mesmo dessas pequenas coisas eu tive controle. Fui surpreendida pela vida me dizendo nananinanão, o controle não tá contigo minha linda.


Foi uma surpresa arrumar o emprego pelo qual orei por tanto tempo. Foi uma surpresa poder comemorar meu aniversário em um lugar legal como eu queria fazer. E então, foi uma surpresa ter que fazer homeoffice, não poder mais sair de casa, ser impedida de colocar alguns planos em prática, ficar sem ver pessoas queridas, ver coisas ruins acontecendo e tantas outras coisas que nos surpreenderam esse ano.


Isso me frustrou por um tempo e a razão disso está na minha arrogância. Arrogância em pensar que tenho controle sobre alguma coisa quando a verdade é que eu, um ser humano pequeno e limitado, não posso fazer mais nada além de me deixar ser surpreendida pelas voltas que a vida dá. Voltas essas que nem sempre estarei preparada para dar e às vezes vão me surpreender muito, às vezes pouco. Mas sempre serão surpresa.


Claro que existe uma parte de coisas alcançáveis que podemos planejar, mas quanto ao restante, que nos resta fazer além de sermos surpreendidos?


Não é fácil, claro que não, mas quanto mais admitimos essa verdade, mais desviamos nossa mente da obsessão pelo controle, da frustração por não conseguir fazer tudo o que queremos. O melhor a se fazer é aceitar que, querendo ou não, de formas boas ou ruins, com expectativas ou sem expectativas, seremos surpreendidos.


A bíblia, no Evangelho de Mateus capítulo 6, versículo 27, está escrito “Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?” Podemos evitar as surpresas? Podemos controlar ou prever cada uma delas? De jeito nenhum.


Assim como eu fico no dia do meu aniversário, com uma pulguinha atrás da orelha em expectativa pelo que pode acontecer, isso é tudo o que podemos fazer. Esperar.


Esperar que venham surpresas boas e que, quando vier as ruins, estejamos firmes para suportá-las. Não conseguimos lidar completamente com as surpresas que nos atingem, mas podemos cuidar para que a nossa mente esteja em paz com o fato de que não depende de nós e, por isso, não devemos deixar a frustração ou desânimo nos sugarem como um buraco negro.


O que eu desejo ao final desse texto é que eu e você possamos ter boas expectativas para as surpresas futuras, paciência para quando elas não vierem, força para as reviravoltas negativas e discernimento para reconhecer que ser surpreendido não é algo negativo, é inevitável, pois nunca poderemos saber de tudo.


Que a vida, como caixinha de surpresas, nos reserve as melhores delas, sabendo que há sempre um Senhor que está conosco nas surpresas boas e nas ruins (ainda bem hehe).


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