SÉRIE AUTOCONHECIMENTO: por que me conhecer melhor?
Autoconhecimento: se você tem acesso à internet, ultimamente deve ter ouvido/lido bastante sobre esse termo, se não conheceu a fundo, deve ter pelo menos visto alguém mencionar em algum lugar, em algum post ou blog.
Isso não acontece por acaso. O autoconhecimento tem se tornado um termo em constante discussão pois traz grandes benefícios para aqueles que o praticam, principalmente em tempos difíceis como esses que temos vivido.
Antes de dizer qualquer coisa, preciso avisar que esse tema é muito importante – já escrevi sobre ele antes aqui, mais especificamente minha relação com o autoconhecimento e o isolamento, mas senti que não tinha sido o suficiente para que eu transmitisse a importância que o autoconhecimento tem, inclusive para mim. Então resolvi fazer isso de forma mais esquematizada e prática para ser mais fácil de entender e aplicar no nosso dia a dia.
Este é o primeiro de uma série de posts que vou chamar de Autoconhecimento e seus pilares (pretendo atualizar aqui com links para os posts seguintes conforme forem postados).
O que é autoconhecimento, afinal?
O autoconhecimento é a capacidade interpessoal de olhar para si mesmo, ouvir a si mesmo, buscar conhecer e compreender-se com o objetivo de crescer pessoalmente e/ou superar questões interpessoais.
Então é basicamente buscar ser seu próprio amigo, ter um relacionamento melhor consigo mesmo. E esta não é uma missão fácil. Principalmente considerando a sociedade que nos cerca, cheia de padrões, cheia de requisitos, encaixes e desencaixes que nos faz sentir muitas vezes como um alienígena, alguém que não pertence a lugar nenhum, incentivando comparações e competição excessiva.
Além de tudo isso, a rotina corrida com a qual já estamos acostumados desde que começamos a vida na escola, também não permite que tenhamos tempo para olhar para nós.
Esse olhar para si não é um olhar egoísta, nem arrogante, mas de autoamor. Entender-se é o primeiro passo para se amar, se respeitar e até mudar circunstâncias que achávamos que nos prendiam, mas na verdade era apenas um diálogo interno que não tínhamos aprendido a ouvir.
Destaco que, nada nesse processo substitui o trabalho de um psicólogo. Apesar de ser um processo interno, não precisa ser solitário e pode ser guiado. Minha intenção com essa série não é fazer você achar que pode resolver todas as suas questões internas com uma conversa sincera frente a frente com o espelho (nem quero diminuir questões psicológicas, pelo contrário), a ida a um psicólogo é totalmente saudável e deveria ser praticada por todos nós, mas estou dizendo que caminhar pelo autoconhecimento é um ótimo começo.
A necessidade de se conhecer
A minha experiência com esse processo de autoconhecimento ainda está em processo, e é por essa razão que sinto vontade de compartilhar com vocês, leitores, o que está me fazendo bem. Me autoconhecer me fez encarar defeitos que eu não sabia que tinha e assim posso buscar melhorá-los, me fez descobrir que defeitos que eu pensava que tinha, eram na verdade resultado de inseguranças. Me autoconhecer me fez descobrir coisas que gosto, que me fazem bem, e outras que eu insistia em fazer, mas me faziam mal e sugavam toda a minha energia.
Logo, isso se torna algo positivo para nós mesmos, que crescemos pessoalmente e desenvolvemos melhor relacionamento conosco, e para as pessoas que estão ao nosso redor, pois pessoas bem resolvidas consigo, têm melhores relacionamentos intrapessoais.
Daí surge a necessidade de se autoconhecer, para se descobrir. Para não mais se sentir à deriva dos próprios sentimentos, buscando em outras pessoas preencher o vazio que nem sabemos que temos, e muito menos sabemos o motivo desse vazio.
A Bíblia também nos aconselha ao autoconhecimento. 1 Coríntios 11:28 direciona que “examine-se cada um a si mesmo”; Gálatas 6:4 vai além e diz que “Cada um examine os próprios atos, e então poderá orgulhar-se de si mesmo, sem se comparar com ninguém” – tratando de pessoas que se achavam grandes demais comparado aos outros, mas eram arrogantes e não conheciam as próprias fraquezas.
Lamentações 3:40 aconselha que “coloquemos à prova os nossos caminhos e depois voltemos ao Senhor”, e em 1 Coríntios 11:31, é dito que “se nós tivéssemos o cuidado de examinar a nós mesmos, não receberíamos juízo.”
Como cristã, Cristo foi a direção que eu segui e ainda sigo no meu autoconhecimento, pois me examino à luz dos Seus ensinamentos e quem Ele quer que eu seja, que é quem eu quero ser. Se você, leitor, não é cristão, pode direcionar seu autoconhecimento à luz da pessoa que você quer ser, conhecendo quem já é, se impulsionando para mudar e ser sua melhor versão.
Como praticar
Para praticar o autoconhecimento, comece colocando em xeque sua autoestima: o que você gosta em si, o que não gosta e por quê? Algo te fez sentir que você não era boa o suficiente, há alguma comparação na sua vida? Faça isso de forma consciente, escreva em um papel se necessário.
Procure listar seus pontos positivos e negativos, tenha tempo de qualidade consigo mesmo/a – seja lendo um livro, saindo para caminhar sozinho um dia, reservando um dia para fazer alguma coisa que gosta muito e procurando cuidar do seu corpo, que é a sua casa.
Busque reconhecer as coisas que fazem bem para a sua saúde mental e as coisas que fazem mal, situações que renovam suas energias e as que te esgotem, seja consciente com os seus arredores e as reações que você dá. E seja sincero! Não queira fazer coisas só porque todo mundo faz. Você tem muito a dizer, só precisa aprender a ouvir.
Acho que por hoje, já conseguimos entender o que é autoconhecimento e por que é tão importante. Nos próximos posts vou falar mais sobre o que considero os pilares do autoconhecimento: autoestima, autocuidado e relacionamentos, e espero que a partir desse texto você já tenha se sentido incentivado a se conhecer melhor. Vamos juntos nessa?