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APRENDI COM 2020: SENTINDO TODAS AS EMOÇÕES

  • Foto do escritor: Cecilia do Nascimento
    Cecilia do Nascimento
  • 9 de dez. de 2020
  • 3 min de leitura

Esse é o segundo texto da série “O que aprendi em 2020?” e se você quiser ler o texto anterior da série primeiro, clique aqui.


Estou aprendendo a fazer lettering, porque me apaixonei recentemente pela prática de registrar tudo em um bullet journal – talvez um dia eu faça um post sobre isso aqui. Basicamente, é como um diário, só que mais específico e elaborado, com listinhas de coisas que gostamos escritas em fontes bonitas e com canetas coloridas. O processo todo é uma terapia pois exige concentração e expressão, e precisamos nos expressar como precisamos de respirar.


Outro dia, enquanto procurava por frases para escrever no meu bullet journal, me deparei com uma que dizia “Permita-se sentir todas as suas emoções”.


Aquela frase imediatamente falou muito comigo.


Me lembro que, no começo do ano, assim que a quarentena começou e tudo ficou de pernas pro ar, todo mundo teve uma dose estranha de euforia que fez com que a gente buscasse desesperadamente o lado bom da coisa. Isso não é ruim, claro que não. Eu mesma gosto de pensar que há sim, sempre, coisas boas, mesmo que pequenas e que devemos valorizá-las.


Mas nesse surto no início da quarentena, muita gente buscou não somente encontrar coisas boas, mas usá-las para apagar todo o resto. A gente se bombardeou de cursos pra fazer, hobbies pra tirar da gaveta, exercícios em casa, e tentamos com essas coisas abafar a angústia que o início da pandemia estava nos causando.


Claro que o efeito não durou. Pouco tempo depois, meses e meses dentro de casa, nada mais era capaz de afogar essa angústia, pelo menos não por completo. E isso nos esgotou.


Nossa reação automática aos momentos difíceis é, muitas vezes, abafá-los com outras coisas, quando na verdade deveríamos nos permitir sentir a tristeza que eles nos trazem. Isso não significa se deixar abater ou ser consumido pelos sentimentos ruins, mas admitir que eles existem, deixá-los sair do seu sistema e redirecioná-los para fora.


Sempre me lembro do filme Divertidamente (2015) com esse tema. Nele, a Alegria tenta fazer com que Riley sinta-se alegre o tempo inteiro, mesmo em meio a mudanças difíceis e isso leva à uma grande confusão. Somente quando a Alegria permite que a Tristeza tome conta e Riley finalmente se sinta triste, que tudo se coloca no lugar – Riley desabafa, volta pra casa, resolve o conflito com os pais, ouve e é ouvida.


Temos tantas emoções e cada uma delas têm um propósito. Ninguém é capaz de ser alegre o tempo todo. É impossível ser alegre o tempo todo especialmente durante uma pandemia global – e bem que a gente tentou. Mas há tristeza, há medo, há angústia, e a melhor forma de lidar com essas emoções não é reprimindo-as, nem tentando não sentir. Quanto mais a gente abafa nossas emoções, mais sufocados podemos ficar.


Eu me vi buscando ser somente alegre no começo da pandemia, porque queria distrair minha mente. Não aguentava mais ver notícias ruins, nem sentir medo por meus entes queridos. Mas me distrair não ajudou nenhum pouco.


O que me ajuda na verdade é escrever sobre o que estou sentindo, me permitir expressar essas emoções que estão dentro de mim e precisam ser colocadas para fora. Claro que cada pessoa tem sua própria maneira de sentir, de se expressar, mas o que esse surto de positividade seguido de esgotamento pode nos ensinar é que devemos nos permitir sentir a tristeza, o medo, e só assim poderemos lidar de verdade com eles.


Devemos sentir todas nossas emoções.


O que quero para o ano que vem é que a gente não mais sinta vontade de reprimir o que está sentindo. É natural se sentir triste em tempos como o que estamos vivendo, demonstra consideração, atenção, empatia. Desejo mais momentos de alegria para o ano que vem, mas já que esse ano nos ensinou a sentir todas as emoções sem reprimir – inclusive as ruins – que a gente também se permita sentir tudo à flor da pele no ano que há de vir.


E se você decidir encontrar uma forma de expressar suas emoções, seja escrevendo ou fazendo bullet journal, ou qualquer outra forma, não esquece de compartilhar comigo no Instagram.

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